sexta-feira, 24 de abril de 2009

Canoagem no Rio Tua

1º Festival de Canoagem da Terra Quente, entre Mirandela e Foz-Tua, de 17 a 19 de Abril de 2009, organizado pela Escola de Canoagem da Terra Quente e a associação Coagret, com o apoio da Câmara Municipal de Mirandela.


Foz do Rio Tua, no Douro, Património da Humanidade.

O Rio Tua é nosso mas sobre ele pende a ameaça de construção de uma barragem que inundará o maravilhoso vale e deixará submersa a Linha do Tua, obra-prima da engenharia portuguesa do século XIX e via turística de desenvolvimento sutentávlel, respeitador do ambiente.

É aqui, a 600 metros a montante da foz, que a EDP se prepara para construir a barragem





Desembarque dos canoístas junto ao túnel e viaduto ferroviário da Linha do Tua.




Estação do Tua - Onde a Linha do Tua se conecta à Linha do Douro
Ponte da Brunheda sobre o Tua.

A partir daqui o vale do Tua estreita-se formanado uma garganta de impressionante beleza.



Durante dois dias, desde o Cachão à Ribeirinha, e da Brunheda à foz, o Rio Tua foi descido em kaiaks e rafts





Franzilhal - Capela e Miradouro de Santa Catarina. Cenário de deslumbramento.




O último trecho da descida do rio, desde São Lourenço, pela rapidez das águas, apenas foi aberto a canoístas experientes, de classe IV.


Termas de São Lourenço. Uma joia ao abandono.





Aldeia de Amieiro e estação de comboio de Santa Luzia.

A aldeia é um presépio voltado para o rio. É um acto criminoso mantê-la isolada, não reconstruir a ponte a ligá-la à Linha do Tua.




Vale do Rio Tua
Escarpa das Fragas Más, rio e linha do comboio. Paisagem de cortar a respiração.

Passagem perigosa

Última passagem estreita, antes do Douro, entre gigantescos blocos de granito, com um enorme sifão no centro.




O Inferno Branco

A rapidez do caudal obriga os canoístas a sequências rápidas de remadas e a mudanças de trajectória para evitar buracos ou sifões.





Impressionante garganta e maravilhosa linha do comboio










Rio Tua vivo

Desembarque junto ao estradão construído pela EDP






Fim da aventura





terça-feira, 21 de abril de 2009

Pascoela na Estação do Tua

A Visita Pascal

Vivendo num mundo cada vez mais laicizado, assisti, com surpresa, no Domingo de Pascoela, à passagem do compasso, ou comitiva de visita pascal, pela estação de comboio do Tua.
A visita pascal é uma festa católica de anúncio da Ressurreição do Senhor às famílias visitadas. Durante a cerimónia procede-se à bênção da casa, exorta-se à paz na família e dá-se a beijar a cruz de Cristo crucificado.

O costume tem lugar no Domingo de Páscoa, na Segunda-feira de Páscoa ou no Domingo de Pascoela. Na minha aldeia, tal como no Tua, a visita pascal é feita na Pascoela, Domingo a seguir à Pascoa. Pascoela significa Páscoa pequena e simboliza o prolongamento, por oito dias, da festa de Ressurreição do Senhor.



Tradicionalmente, o compasso é composto por cinco pessoas. Além do padre, com suas vestes festivas, um rapazito segue à frente a tilintar a campainha, anunciando a aproximação do cortejo; um mordomo, de opa vermelha, transporta a cruz; um leigo leva a caldeira da água benta e outro recebe o “folar” ou donativo.




Neste compasso só havia quatro elementos e, à falta de padres, eram todos leigos. Já tinham estado noutras aldeias e na vila de Carrazeda de Ansiães, de acordo com uma senhora que ia apanhar o comboio para o Porto.



Visita pascal à casa dos proprietários do restaurante junto à estação.
Geralmente, as famílias que desejam a visita pascal abrem a porta ou ficam à espera da comitiva. Noutros tempos, quando não havia aspiradores nem enceradoras, para receber o Senhor, a Páscoa era a altura da lavagem anual do soalho e de enfeitar a casa com flores, incluindo alecrim e rosmaninho. A mesa da sala, à volta da qual ficam familiares e amigos, é coberta com a melhor toalha. Depois da bênção, do beijar da cruz, de ter sido oferecido o folar e de o padre ter cumprimentado os familiares e amigos, são servidos doces da época, comidas e bebidas. Nas casas mais "ricas" a demora do compasso geralmente é maior.


Na estação do Tua houve quem beijasse a cruz mas há quem apenas faça a vénia. Na aldeia de adopção, onde passo parte da minha vida, as portas estão a fechar-se à visita pascal mas noutras paragens, incluindo cidades, às vezes, à mistura com interesses bairristas, culturais ou económicos, são leigos que estão a recuperar este velho costume.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Na Rota do Folar




Valpaços
Capital do Folar






Existem em Portugal diferentes espécies de folares, consoante a região. A norte do Douro, em Trás-os-Montes, o folar tradicional é um bolo de carne, sem açúcar, cozido em formas rectangulares ou redondas.
A tradição manda que no dia de Páscoa toda a gente tenha um em casa.






O folar é feito com farinha, ovos, leite, manteiga e azeite. Dentro da massa leva pedaços de presunto, rodelas de salpicão e chouriço. Mas também há quem ponha carne de coelho, de vitela e de galinha.




No passado fim-de-semana, de 3 a 5 de Abril de 2009, a rota do folar levou a Valpaços milhares de pessoas, amantes de feiras gastronómicas.



Nos stands, tanto de produtores individuais como de padarias, dava-se a provar o saboroso folar aos visitantes, tornando difícil a escolha no acto de comprar.





No entanto, o folar de carne não foi o único produto à venda na feira. Nos stands vendia-se fumeiro, azeite, vinho, queijo e outros produtos valpacenses.








Bolo podre, espécie de folar sem carne, especialidade de Santa Maria de Émeres, freguesia de Valpaços.





Como sempre acontece nestas feiras gastronómicas, não faltou animação a cargo, aqui, de um rancho folclórico.




Menina do rancho folclórico a distribuir raminhos de alecrim








Enquanto dentro do pavilhão se apreciava a gastronomia e os cantares tradicionais ...






... No exterior havia quem viajasse de helicóptero durante cinco minutos, por trinta euros, e quem assistisse a uma prova de carros de todo-o-terreno.














domingo, 12 de abril de 2009

Páscoa Feliz Happy Easter

Antigamente, em Trás-os-Montes - o Reino Maravilhoso de Miguel Torga - a hospitalidade dos transmontanos traduzia-se no costume de mandar entrar quem batesse à porta de casa - "Entre quem é".